sexta-feira, 30 de abril de 2010




Ao som da primitiva voz do instrumento
Alento de inúmeros tons e semi-tons
Percuto letras perdidas nas consoantes embaralhadas de minhas retinas translúcidas

e no primeiro silêncio
danço
acordo o caos
Propago
frases desentranhadas do universo lascivo e alterado de minha garganta

Momento de nunca acabar

canto!

Estanco em sambas, maxixes e maracatus
no choro das cuícas, na alegria do agogô, do repinique, dos surdos, triângulos, afoxês, ganzás e berimbaus
Reco-reco, paus de chuva
Tamborins de todas mudanças

à minha volta o universo gira,
rodopia nas voltas da porta-bandeira
no bumba meu boi do frevo solto
nos terreiros de umbanda
na pele dos atabaques
na roda da capoeira
no transe de todos os santos
pernas mãos olhos

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